segunda-feira, 26 de novembro de 2012

Uma aula sobre fisiologia da frutificação

Como fazer os cactos florescerem? Recebo muitos e-mails a respeito, e sempre tenho respondido como cultivadora, e não como uma profissional de agronomia. Hoje recebi uma mensagem no grupo de Cactos e Suculentas do Yahoo!Groups(http://br.groups.yahoo.com/group/sbcs/) interessante, explicando como isso funciona após uma triste notícia da perda de florações por um colega do grupo.



Abaixo segue a mensagem na integra:


Colegas:

A fisiologia da frutificação é um dos ramos mais estudados da Engenharia Agronômica, por suas aplicações à produção agrícola.

Em resumo o que ocorre é isso: a floração prepara a planta para dois conjuntos de fenômenos:
     1. permitir a sobrevivência de descendentes;
     2. favorecer a evolução (através da recombinação, da hibridação, da deriva genética, da mutação e de outros fenômenos genéticos).

Em situações de stress, como secas pronunciadas, ataques maciços de predadores, parasitismo, acidentes e outras, as plantas providenciam produção máxima de sementes, de forma a aumentar a chance dos genes se perpetuarem.

Ao se adubar, irrigar e controlar pragas e clima, estamos fazendo justamente o contrário: informando à planta que as condições são ideais, que tudo vai bem e que é melhor investir no aumento da massa e na propagação vegetativa, de forma que, quando vier o stress, a planta esteja preparada com muita massa e reservas de amido e outros açúcares, para produzir sementes.

É claro que simplifiquei muito, e citei apenas a regra.
     Existem plantas que respondem diferente, florescendo e frutificando mais quando as condições são ideais. Plantas melhoradas são normalmente assim, mas, de um modo geral, a adubação nitrogenada deve ser restrita ao período de crescimento, ou seja, quando o cladódio mostra crescimento ativo.
     Quando o crescimento parar, cessa-se a adubação  e reduz-se a irrigação ao mínimo.

Se isso for obedecido, a maioria das plantas responde com produção exacerbada de espinhos e de flores, ambas características adaptativas, relacionadas diretamente com condições de stress.

Por isso insisto: o conhecimento mais aprofundado da fisiologia (como as obras do mestrre Carlos Toledo Rizzini) são muito úteis aos interessados em cactos.

Celso

___________________________________________

Celso do Lago Paiva

Pesquisador de:
- invasões biológicas em ecossistemas naturais
- conservação de plantas nativas in situ e ex situ
- ecologia de áreas úmidas e de vegetação sobre calcario
- Ananas e Pseudananas, Acrocomia, Selenicereus, Cereus e Monvillea
- Botânica Econômica

Diretoria de Conservação
    Instituto Pró-Endêmicas
     http://br.groups.yahoo.com/group/proendemicas/
    instituto_proendemicas@hotmail.com

celsodolago@hotmail.com

Skype celsodolago

Curvelo e Santana do Riacho
Minas Gerais, Brasil

Artigo "Conselhos Consultivos de unidades de conservação: concessão ou direito?":
http://www.sense8.com.br/clientes/amda/?string=interna-opiniao&cod=4982
___________________________________________

“[...] los leones, no quieren ser esclavos;
     he ahí por que los leones son un peligro;
     como los hombres libres; no deben existir;
     he ahí por qué se organizan cacerías contra los leones y contra los hombres libres [...]”
          José Maria Vargas Vila, Colômbia, 1860-1933


segunda-feira, 5 de novembro de 2012

Rebutia minuscula

Ganhei a muda deste cacto a 2 anos! E esta é a primeira floração!

Rebutia minuscula tem a flor com aproximadamente 3cm de diâmetro e pode ter múltiplas florações. As mudas podem ser feitas de brotações ou de sementes.


Você pode gostar destas publicações

E-Books Mais Vendidos